terça-feira, 29 de novembro de 2011

SER CRISTÃO É AMAR E REPARTIR

Um dos pontos nevrálgicos do cristianismo é seu senso de partilha, caridade e amor fraternal, pelo menos, é isso que deduzimos do Evangelho de Jesus Cristo. A Santa Ceia ou Eucaristia simboliza isso também.


"O machado já está pronto para cortar as árvores pela raiz. Toda árvore que não dá frutas boas será cortada e jogada no fogo. Então o povo perguntava: - O que devemos fazer?  Ele respondia: - Quem tiver duas túnicas dê uma a quem não tem nenhuma, e quem tiver comida reparta com quem não tem".(Lucas 3:9-11)


Quem não frutifica na vida não serve para nada! O machado (justiça divina) irá cortar tais árvores e puni-las ("jogadas no fogo").

A recomendação de Jesus no texto lucano vai na contra-mão do hiperconsumismo capitalista. Ele pergunta: Por que tem duas túnicas? Por que tem dois carros? Dê uma túnica para quem não tem nenhuma.

Repartir! Isso faz tremer alguns que vivem para guardar, acumular, verificar o crescimento numérico de seu dinheiro nos extratos bancários. É o quanto mais, mais quero, mais tenho e mais fico possuído pelo desejo de ter.

Tem comida? Maravilha, pois a fome no Brasil e no mundo é imensa, então, reparta com aquele ou aquela que não tem nada para comer.

Cristo nos convoca para vivermos outro modelo societário onde o amor fraternal e a partilha sejam fatores mais importantes do que o lucro, o luxo e a acumulação desembestada.

Já no Antigo Testamento, Deus falava pelo profeta Isaías:

"O jejum que me agrada é que vocês repartam a sua comida com os famintos, que recebam em casa os pobres que estão desabrigados, que dêem roupas aos que não têm e que nunca deixem de socorrer os seus parentes".(Isaías 58:7)

Repartir a comida (aquilo que tem), ser caridoso, amor fraternal, essa é a marca mais importante do que regras religiosas e rituais (simbolizados aqui pelo jejum, tão importante para os judeus, especialmente naquela época). Infelizmente, ainda hoje, muitos cristãos valorizam mais a aparência, os costumes, os hábitos pessoais, as orientações sexuais dos outros do que a partilha amorosa. A mensagem de Jesus ainda não foi assimilada por nós.

O apóstolo Paulo resume o cristianismo autêntico assim:

"Portanto, agora existem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. 
Porém a maior delas é o amor".(1 Coríntios 13:13)


domingo, 13 de novembro de 2011

ESTEJAMOS PREPARADOS PARA UM NOVO TEMPO


O texto de Mateus 25:1-13 nos chama atenção para um dado da fé e da história. Não sabemos o dia nem a hora da chegada do Reino de Deus e Sua justiça. O mal, a dor, a morte e a exploração serão banidos e instaurará uma nova ordem societária com paz, justiça, igualdade, respeito-cuidado com a Natureza (obra do Criador) e prosperidade. "Um novo céu, nova Terra" como nos promete as revelações do livro do Apocalipse.

(Em algumas traduções das Escrituras encontramos a expressão “reino dos céus” que quer dizer o mesmo, mas corre-se o risco de uma interpretação muito espiritualizante (para o “além” dessa vida), transcedentalista e deslocada da existência concreta das pessoas)

Quem é prudente e sensato busca armazenar o óleo-azeite, a anergia da vida que nos mantém de pé, firmes, com fé e esperançosos, pois, a qualquer momento, a história pode mudar os rumos e precisamos estar atentos a dialética da vida, aos sinais desse Reino de Cristo.

Insensatos ou sem juízo são os que, distantes dos valores do Reino, permanecem no processo de exploração, alienação, coisificação da vida humana, consumismo doentio, hedonismo e egoísmo. Acumulam riquezas que as traças corroem e não tesouros espirituais, valores e compromisso ético-social.



A narrativa de Mateus é assim:

«Naquele dia, o Reino do Céu será como dez virgens que pegaram suas lâmpadas de óleo, e saíram ao encontro do noivo. 2 Cinco delas não tinham juízo, e as outras cinco eram prudentes. 3 Aquelas sem juízo pegaram suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo. 4 As prudentes, porém, levaram vasilhas com óleo, junto com as lâmpadas. 5 O noivo estava demorando, e todas elas acabaram cochilando e dormiram. 6 No meio da noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo está chegando. Saiam ao seu encontro’. 7 Então as dez virgens se levantaram, e prepararam as lâmpadas. 8 Aquelas que eram sem juízo disseram às prudentes: ‘Dêem um pouco de óleo para nós, porque nossas lâmpadas estão se apagando’. 9 As prudentes responderam: ‘De modo nenhum, porque o óleo pode faltar para nós e para vocês. É melhor vocês irem aos vendedores e comprar’. 10 Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta se fechou. 11 Por fim, chegaram também as outras virgens, e disseram: ‘Senhor, Senhor, abre a porta para nós’. 12 Ele, porém, respondeu: ‘Eu garanto a vocês que não as conheço’. 13 Portanto, fiquem vigiando, pois vocês não sabem qual será o dia, nem a hora.»



Jesus, com essa parábola, aponta para a nossa responsabilidade cristã. Aqui não temos como nos omitir, enfiar a cabeça na areia para não ver a realidade das coisas e nem ficarmos amparados nos outros. Ou tomamos o caminho da libertação, que envolve ação e espera do Reino (a dialética do Reino é essa, aqui e ainda não); ou então somos negligentes – cochilamos e dormimos – diante de uma realidade que clama por compromissos claros e que pode se romper em novidade “no meio da noite”.

A justiça de Deus nos diz que os negligentes, omissos e compromissados com o modelo societário do anti-Reino de Deus (algumas passagens chama de "reino de satanás") não serão reconhecidos como seguidores do Cristo Libertador, mesmo que clamem “Senhor! Senhor!” ou O reconheçam formalmente, andem com Bíblias no suvaco, frequentem cultos ou missas (práticas da piedade). 

Sem vigilância, compromisso e ação libertadora, não há Cristianismo do Cristo, mas uma religiosidade alienada, individualista, burguesa, acomodada a ordem social diabólica do lucro e da devastação (o “ mundo” como as Escrituras chamam) e esse tipo de religiosidade nos deixam as portas do Reino fechadas.

Sejamos cristãos atentos e compromissados. Orando e caminhando no rumo da libertação e do Reino de nosso Senhor Jesus Cristo.

Salvação não é um escape individualista burguês do inferno, mas um compromisso com o e como Povo de Deus no caminho da vida e da autêntica liberdade. A salvação é um projeto coletivo de Deus e Seu povo é bem maior do que os muros eclesiásticos que estamos acostumados a entender como instituição hierárquica chamada igreja.

A minha oração é: Senhor Deus, que eu possa ser um agente nesse mundo para que Teu Reino venha e possamos viver uma nova era de justiça, paz e amor entre os seres humanos. Aviva Senhor a minha fé e que Teu Espírito nos conduza como povo Teu nesse caminho de êxodo-libertação, não nos permitindo cochilos diante da realidade que clama por transformação. Em nome de Jesus, amém!

sábado, 12 de novembro de 2011

A IRREALIDADE DO MEDO (Combatendo a ansiedade e o pânico)


À medida em que lemos o Evangelho [de Jesus Cristo] vemos que há uma escolha diante de nós. A alternativa está entre o amor e o medo. O medo é destrutivo e corrosivo, seja ele medo de doença, guerra ou fome, seja medo do sobrenatural, ou de deuses raivosos e vingativos que precisam ser aplacados com rituais compulsivos [e neuróticos].

A diferença entre o mundo da barbárie e o mundo civilizado, é que a barbárie prospera no medo. A civilização prospera no amor que impulsiona o vigor, a energia, a vitalidade e a criatividade. A energia bárbara é negativa; seu principal impulso é destrutivo, e sua principal arte é a da guerra [contra si mesmo e contra os outros e as coisas e as situações existenciais]. A principal arte da vida cristã é a da paz.

Nosso compromisso com a meditação é nossa abertura para a paz do amor redentor de Deus, nossa total aceitação dele, nossa renúncia à auto fixação e, nosso compromisso com a auto-entrega. Enquanto estamos repetindo nosso mantra, não podemos ficar pensando em nós e, é precisamente a auto-obsessão que nos reconduz à fantasia. Assim, quando percebemos que paramos de repetir o mantra, que nossa mente está divagando, devemos simplesmente retornar a ele e, com ele, para a realidade. Isto é, retornar para Deus, presente em nossos corações. Em outras palavras, retornamos para uma fé que nos impulsiona para além de nós mesmos, para Deus. Todos nós sabemos que esta auto-transcendência é nossa salvação.

Fundamentalmente, todos nós sabemos que precisamos encontrá-la no silêncio de nossos corações. As alternativas são, realidade ou ilusão.

A função fundamental da fantasia é a de tentar nos afastar dos medos e ansiedades que sentimos, criando uma realidade alternativa. Mas o que acontece é que apenas enterramos o medo mais fundo... A função fundamental do Evangelho, que é na verdade seu único fundamento, é a de expulsar o medo, de arrancá-lo com suas raízes, para que possamos ir cada vez mais fundo dentro de um coração sem medo e, lá encontrarmos o amor mais profundo [amor de Deus, pois Ele é amor]. O grande dom que precisamos compartilhar com o mundo, então, é o de nossa experiência da realidade.

Autor do texto: John Main OSB, THE HEART OF CREATION (New York: Continuum. 1998), pgs. 24-25. Com comentários em colchetes meus.


Medite por Trinta Minutos

Lembre-se: Sente-se. Sente-se imóvel e, com a coluna ereta. Feche levemente os olhos. Sente-se relaxada(o), mas, atenta(o). Em silêncio, interiormente, comece a repetir uma única palavra. Recomendamos a palavra-oração "Maranatha". Recite-a em quatro silabas de igual duração. Ouça-a à medida que a pronuncia, suavemente mas continuamente. Não pense, nem imagine nada, nem de ordem espiritual, nem de qualquer outra ordem. Pensamentos e imagens provavelmente afluirão, mas, deixe-os passar. Simplesmente, continue a voltar sua atenção, com humildade e simplicidade, à fiel repetição de sua palavra, do início ao fim de sua meditação.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A MINHA RAIZ CRISTÃ-ANGLICANA

Foi aqui, em 2000, que comecei uma caminhada de fé que iria mudar a minha maneira de entender a Palavra de Deus, Cristo e a convivência fraterna numa igreja.

O Anglicanismo é a mais forte raiz de minha formação teológica-cristã.

Entre nesse vídeo e conheça em apenas 3 minutos a Paróquia Anglicana da Santíssima Trindade no Méier, subúrbio da cidade do Rio de Janeiro que tem como reitor meu amigo e Reverendo Eduardo Costa.


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

NÃO ESPERE MUITO DE UM SER HUMANO


Há no senso comum do povo dois equívocos radicais: ninguém presta ou todos os seres humanos são bons.

A Bíblia nos ensina uma visão cognitiva bem mais equilibrada e profundamente realista.

Achar que ninguém presta é esquecer-se da graça comum de Deus que faz sua presença cair “sobre justos e injustos”. É essa Presença Espiritual que move muitos seres humanos no caminho da bondade e da justiça, independente do seu credo ou ateísmo. Sendo assim, essa postura extremista do “ninguém presta” pode nos tornar cegos e ingratos diante da presença graciosa de Cristo no mundo e do Seu Espírito que sopra em todos os cantos da vida humana, gerando mudanças individuais e até mesmo societárias.

Perceba que há muitos “anjos” de Deus ao nosso redor. Veja esse vídeo musical e depois volte ao texto ou, se preferir, veja depois de ler o texto.



Por outro lado, há nas Escrituras um testemunho claro de que todos nós somos pecadores, isso quer dizer todos nós, independente do que crê, do que faz ou da sua visão de mundo. Todos nós erramos, temos instabilidades emocionais, cometemos injustiças, falamos bobagens, não perdoamos como deveríamos perdoar, somos violentos ou agressivos, ingratos, etc. Quem não erra?

Quando entendemos a “carnalidade” de todos nós, nossa natureza humana imperfeita e deteriorada – a teologia reformada chama isso de “depravação total” – somos, em primeiro lugar, chamados a uma postura de profunda humildade – não sou melhor do que ninguém, bom mesmo é Deus, como disse Jesus.

Em segundo, ao tomarmos consciência de nossa natureza evitamos decepções, pois compreendemos que os seres humanos – incluindo os mais nobres cristãos – erram mesmo e não podemos criar expectativas altíssimas sobre as pessoas e nem “cobrar bondade” onde não se pode encontrar, afinal, “de pedras não tiramos leite”.

Por último, a consciência da natureza humana falha nos faz olhar para o alvo, Cristo. Ele sim não erra, pois “Deus é fiel”. A igreja erra, pastores e padres erra, os modelos societários erram, mas Deus continua firme, bom, misericordioso, justo e amoroso. É por isso que não há mudança política, revolução social, se não há mudança ideológica, se não há mudanças cognitivas-comportamentais. “Seres neuróticos criam sociedades neuróticas” como dizia Reich, assim como sociedades neuróticas criam seres doentes. Há uma profunda interação nisso.

Os seres humanos podem errar, é da sua natureza, mas Deus não nos abandona, não falha, não há n’Ele sombra de variação e Sua Palavra e Suas promessas duram para sempre. Assim construímos a nossa fé na rocha eterna que é Cristo.

Quando sua alma ficar abatida e decepcionada, quando sentir-se injustiçado ou abandonado, lembre-se do Senhor que intercede por ti, tenha fé unicamente n’Ele e encontrará paz e descanso para sua alma.


"Aquele que habita no abrigo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-poderoso
pode dizer ao Senhor: Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio.
Ele o livrará do laço do caçador e do veneno mortal.

Ele o cobrirá com as suas penas, e sob as suas asas você encontrará refúgio; a fidelidade dele será o seu escudo protetor.

Você não temerá o pavor da noite, nem a flecha que voa de dia,
nem a peste que se move sorrateira nas trevas, nem a praga que devasta ao meio-dia.

Mil poderão cair ao seu lado, dez mil à sua direita, mas nada o atingirá.
Você simplesmente olhará, e verá o castigo dos ímpios.

Se você fizer do Altíssimo o seu refúgio,
nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará à sua tenda.

Porque a seus anjos ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os seus caminhos;
com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra.

Você pisará o leão e a cobra; pisoteará o leão forte e a serpente.

"Porque ele me ama, eu o resgatarei; eu o protegerei, pois conhece o meu nome.

Ele clamará a mim, e eu lhe darei resposta, e na adversidade estarei com ele; vou livrá-lo e cobri-lo de honra.

Vida longa eu lhe darei, e lhe mostrarei a minha salvação." (Salmos 91:1-16)


Ele é nosso “sumo sacerdote”, o pastor que ora por nós e conhece todas as nossas mazelas humanas porque se fez carne como nós. Não é bom saber que temos um advogado fiel diante das tribulações e injustiças humanas? No mais, é não abandonarmos a luta nesse mundo, sob a benção da Graça d'Ele.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

COMPAIXÃO OU AGRADECER A DESGRAÇA DOS OUTROS? (O sentido de gratidão)

"Aí o menino subiu no telhado da irmã... Glória a Deus!
Ele soltando pipa e a mãe dele, nossa irmã, chamando por ele... Glória a Deus!
O menino né, se distraiu e caiu do telhado... Glória a Deus!
A irmã ficou desesperada em ver aquele corpinho do seu filho todo quebrado e cheio de sangue... Glória a Deus!
Chamaram o socorro, levaram para o hospital e hoje ele está curaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaadoooooooooooo... Aleluia! Glória a Deus! (todos berraram juntos com o pregador daquela igreja pentecostal na estrada do Rio do Pau, na cidade do Rio de Janeiro)".



Fiquei um pouco chocado ao ouvir isso naquela noite.

Eu sei que a Palavra diz que "todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles a quem ele chamou de acordo com o seu plano".(Romanos 8:28) Então, até mesmo os acontecimentos ruins tem um sentido na soberania de Deus e em seu chamado em nossa vida.

Eu também sei e creio no mistério da predestinação em que...

"Todas as coisas são feitas de acordo com o plano e com a decisão de Deus. De acordo com a sua vontade e com aquilo que ele havia resolvido desde o princípio" (Efésios 1:11)

Um cristão maduro e que tem a Bíblia como Sua orientação espiritual-existencial deve saber que uma das virtudes da Presença Espiritual em nosso coração é caminhar em meio às dores e alegrias "sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (Efésios 5:20 NVI), mas há um limite nisso. Não somos insensíveis com os nossos sofrimentos e fraquezas, nem mesmo o Senhor é duro assim conosco. Dar "glórias a Deus" por uma multidão de desgraças na vida de alguém não é sensato, nem cristão, é um fundamentalismo tosco que se apega a letra, não ao Espírito.

Nós cristãos temos um compromisso de amor com a transformação do mundo, com a compaixão e não com um escape religioso alienante, um LSD espiritual para entorpecer as almas religiosas.

Ora, o pastor deveria, na minha leitura, lamentar todas as angústias que aquela irmã viveu com seu filho e proclamar que Deus não se agrada do mal na vida das pessoas, ao final, sim, todos damos graças a Deus, glórias a Ele porque misericordiosamente salvou aquela vida. Esse equilíbrio na pregação é fundamental, esse bom senso ao expormos o Evangelho de Jesus é central. O fanatismo da letra emburrece.

A palavra gratidão, originalmente do latim "gratitudo", entrou em nossa língua por volta de 1543. Significa basicamente reconhecer uma pessoa que lhe prestou um auxílio, um benefício, um favor, etc. Quando damos graças a Deus ou glórias ao senhor Jesus Cristo, estamos nos esvaziando de nosso egoísmo antropocêntrico - que deseja sempre o reconhecimento pessoal - para dar lugar a gratidão pela verdadeira Vida que é Deus.

Um cristão é, por fé, um ser gratífico, que expressa sempre sua gratidão - em relação a Deus e ao próximo. É uma pessoa que vive agradecida por todos e por tudo, expressa sempre sua satisfação com as coisas que Deus manda, mesmo que sejam tribulações. Ele não é perfeito. Há momentos de dor, de reclamação, de confrontamento com o Senhor, mas no final das contas, Deus sempre vence e rendemo-nos a Ele com o nosso "assim seja" (amem). Assim, somos gratos a Ele, aos vizinhos que nos ajudam, a ambulância que chegou e a equipe médica que interviu.

É claro que tudo isso se dá pelo Espírito de Cristo agindo em nós, pois se depender de nossa natureza humana vamos estar sempre lamuriando, reclamando, xingando, criticando, ou seja, em nossa "carnalidade" - para usar uma expressão antiga da Bíblia - somos ingratos demais.

Meu amando, minha amada, tenhamos bom senso no uso das palavras de nosso Senhor e sensibilidade humana-cristã ao lidar com os problemas que afetam os nossos semelhantes, independente de credos religiosos.

Aproveitemos o dia de hoje, que estamos vivos e lendo esse texto - alguns não conseguem mais enxergar, lembre-se disso - para agradecermos ao Senhor todas as benção ocultas - agradecer bençãos visíveis é fácil, assim devemos fazer sempre.

Aproveitemos para agradecermos aqui-agora aqueles anjos ministradores que Ele nos envia no socorro e nós nem percebemos, talvez porque alguns desses anjos são humanos como nós: vizinhos, amigos, parentes e até adversários.

Que Ele, nosso misericordioso Pai das Luzes nos perdoe nossa ingratidão.


"Dai glória ao SENHOR vosso Deus, antes que venha a escuridão e antes que tropecem vossos pés nos montes tenebrosos; antes que, esperando vós luz, ele a mude em sombra de morte, e a reduza à escuridão". (Jeremias 13:16)


VOCÊ CONHECE MESMO LUTERO?

Você pode ser católico, espírita, muçulmano, umbandista ou evangélico, mas sabe quem foi Lutero?

Conhece a primeira igreja evangélica do mundo?

Esse abençoado vídeo de 9 minutos explica de forma clara, objetiva e resumida o início da conhecida Reforma Protestante. Uma revolução religiosa, política, social, econômica, ideológica e espiritual.

Vejam e deixem aqui os seus comentários.


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

OS "CANDIDATOS DE JESUS" PARA 2012

No próximo ano, em outubro, teremos em todo o Brasil as eleições municipais onde os cristãos, como todos os outros cidadãos, serão chamados para votar em um vereador(a) e um prefeito(a).

Esse é um momento muito importante para apoiarmos aqueles/aquelas que tem um compromisso ético-político com a transformação social do nosso país, começando pelas cidades. Os cristãos, pelo menos em tese, deveriam votar de acordo com os valores do Reino de Deus: paz, justiça, radicalidade democrática, socialização, defesa dos mais fracos e oprimidos, etc.

É estranho ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo um cristão fazer barganha com o seu voto em troca de benefícios pessoais, pois o nosso foco é o amor ao próximo, o bem comum. Sendo assim, precisamos ter muita atenção com os "candidatos de Jesus" que começam já a se movimentar nos bastidores dos partidos políticos, em especial os da direita-conservadora.



Meu amado, minha amada, o "candidato de Jesus" é todo aquele/aquela que tem um compromisso ético-político com os valores do Reino de Deus, com a justiça social, com os mais pobres e abandonados. É nesse sentido que, mesmo um candidato não tendo uma religião, pelas suas ações concretas - veja o conceito de Graça Comum em Calvino - ele pode ser até mais indicado para assumir uma função de vereador/vereadora ou de prefeito/prefeita do que aquele/aquela que adora dizer "sou de Jesus", mas no cotidiano político é um desastre monumental.

Paul Tillich, um grande teólogo luterano, nos diz em sua "Teologia Sistemática" que:

"(...) a Presença Espiritual se utiliza de meios anti-religiosos para transformar não só a cultura secular, mas também as igrejas. O poder da autocrítica no princípio protestante capacita o protestantismo a reconhecer a liberdade do Espírito em relação às igrejas, inclusive em relação às igrejas protestantes" (p.689).

Diz a Palavra que "o vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai" (João 3:8) e que "o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade". (2 Coríntios 3:17).

Somos livres e o Espírito d'Ele é um vento que sopra "onde quer" (perceba aqui Sua ação soberana), inclusive naqueles/naquelas que não são necessariamente religiosos ou cristãos. Não estou dizendo que temos que votar em candidatos não-cristãos e fora da membresia de uma igreja, estou apenas relativizando esse critério como algo "divino".

As igrejas não tem candidatos oficiais, ou melhor, não deveriam ter, ainda que cada cristão em particular e de acordo com sua consciência e valores tenha a liberdade de se filiar a um partido político e candidatar-se a qualquer cargo.

As comunidades de fé (presbiterianos, batistas, anglicanos, luteranos, ortodoxos, católicos romanos, reformados, etc.) devem sim apoiar todas as iniciativas que possam ajudar na ampliação do Reino de Cristo nesse mundo (a dialética do aqui/ainda não), mas sem com isso criar um novo coronelismo do "candidato oficial dos irmãos", até porque, sejamos honestos, há muitos "crentes" safados, aliados da burguesia, lacaios dos empresários ímpios e sem escrúpulos, agentes do grande capital - acompanhem o trabalho e como votam a "bancada evangélica" e a "bancada católica" no Congresso Nacional e medite nisso.

Tem "crente" buscando no processo eleitoral uma chance de conseguir uma "boquinha" para os seus e/ou favorecer denominações ao invés de pensar nos interesses dos trabalhadores e oprimidos. Já existem muitos que foram eleitos no passado com esse discurso do "vote em mim irmão, sou de Jesus" e os resultados concretos foram tristes, em alguns casos, espantosos e vergonhosos para a Igreja de Cristo nesse mundo. É nesses esqueminha que vamos votar ano que vem?

Analisemos a conduta dos candidatos, sua história de vida e não sigam aquilo que os seus pastores (reverendos ou padres) possam impor como "o candidato de nossa igreja", mas vivam a liberdade do Evangelho de votar de acordo com sua consciência de cristão, cativo aos valores da Palavra. Fique atento, eles já estão andando por aí pelas igrejas.


"Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão". (Gálatas 5:1)

Não aceite ser um instrumento de interesses particulares, use a liberdade que Cristo nos deu pela Sua Graça, tenha fé e não se renda a nenhum tipo de servidão, nem eclesiástica. Somos servos apenas de Jesus e de ninguém mais, ainda assim, Ele dispensou esse título dizendo:

"Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer". (João 15:15)

Se agora, na Nova Aliança, somos amigos e amigas de Jesus Cristo, por que seremos conduzidos como "boiadas" para votar no candidato "A" ou no candidato "B" só porque a liderança religiosa deseja?


Eu oro assim: Que o Espírito do Senhor nos ajude a discernir a verdadeira Presença Espiritual, aquelas pessoas que verdadeiramente estão compromissadas com um outro modelo societário - e não só em época de eleição. Pessoas que nas suas ações sociopolíticas busquem sempre o bem comum, dentro dos valores éticos do Reino de nosso bondoso Pai e Senhor Jesus Cristo. Amém!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

TODOS SEREMOS TRANSFORMADOS PELA VITÓRIA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Ao menos uma vez por ano, muitos cristãos tomam consciência da grande diversidade de formas de adorar a Deus, se comovem e se dão conta que não é tão estranha a maneira em que o nosso próximo rende culto a Deus. 



O acontecimento que desencadeia essa experiência única é conhecido como a “Semana de Oração pela unidade dos cristãos”. Congregações e paróquias de todo o mundo participam da semana de oração que se celebra tradicionalmente do dia 18 de junho até o dia 25 de janeiro e em torno do Pentecostes (no hemisfério sul do planeta). Durante este perído, trocamos os púlpitos com oradores de diferentes igrejas e organizamos cultos ecumênicos especiais.


Neste momento, 16 até 22 de outubro, estamos orando no/pelo Paquistão, Índia e Sri Lanka.
Cada ano se pede aos associados de uma região concreta que preparem um texto simples sobre um tema bíblico. Depois, um grupo internacional de participantes patrocinados pelo CMI (protestantes e ortodoxos) e católicos romanos editam esse texto e verificam se está relacionado com a busca da unidade da Igreja.


O texto é publicado conjuntamente pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pelo CMI, através de sua Comissão de Fé e Constituição, que também acompanha todo o processo de produção do texto. O material final é enviado às igrejas-membros e para as dioceses católicas romanas, pelos quais pedimos que traduzam o texto e o contextualizem para o seu próprio uso.


O tema para 2012 é “Todos seremos transformados pela vitória de nosso Senhor Jesus Cristo” (cf. 1Cor 15:51-58). Já está disponível para o nosso estudo, divulgação e preparação.




Tradução de Marcio S. Saraiva do site do CMI

VIVENDO ANESTESIADO

O que significa pecado numa linguagem clara, objetiva e contemporânea, sem nenhum "farisaísmo"?

O pastor batista Ed René Kivitz tentará nos dar uma resposta bíblica, trazendo a Palavra de Deus para hoje, dando-nos uma possibilidade de sentido para uma palavra aparentemente desgastada e que poucos se importam nos tempos vividos. Veja e reflita.


O DIABO QUE ASSOMBRA O POVO: "SAI CAPETA!"

Eu não tenho medo do diabo! Sei que existe sim "forças negativas e trevosas", mas se vivemos na fé, estamos escudados. O pavor do diabo - derrotado desde o princípio! - sempre foi um terrível instrumento de manipulação social, eclesiástica e até mesmo de instabilidade emocional de muitos. Lutero se levantou no século XVI contra isso, ele mesmo apavorado e sentindo-se perseguido por satanás em todos os cantos de sua vida

O cristianismo mostra a derrubada do diabo, o fim do medo e da opressão espiritual, portanto, aquelas igrejolas que se dizem cristãs e continuam a apavorar os outros com o capeta estão na contra-mão de Jesus Cristo e de Seu Evangelho. Elas não estão espalhando as boas novas e sim más notícias.

O capeta ressurgiu com força total depois do movimento pentecostal e suas variantes pós-modernas (há origens puritanas, mas fica para outro momento). Aqui no Brasil, o sucesso do chifrudo ganhou espaço nos anos 70, cresceu demais nos anos 80 e estourou em todas as paradas de sucesso nos anos 90. Temos milhares e milhares de igrejolas pregando o terror e vendendo a "expulsão" do mesmo no corpo dos crentes.

É estranho que uma pessoa, cristã, portanto habitada pelo Espírito Santo, "receba" o capeta para ser expulsado pelas lideranças ou viva com medo dos seus tormentos, pois a Palavra nos ensina fé:

"Quem acusará aqueles que Deus escolheu? Ninguém! Porque o próprio Deus declara que eles não são culpados. Será que alguém poderá condená-los? Ninguém! Pois foi Cristo Jesus quem morreu, ou melhor, quem foi ressuscitado e está à direita de Deus. E ele pede a Deus em favor de nós. Então quem pode nos separar do amor de Cristo? Serão os sofrimentos, as dificuldades, a perseguição, a fome, a pobreza, o perigo ou a morte? Como dizem as Escrituras Sagradas: "Por causa de ti estamos em perigo de morte o dia inteiro; somos tratados como ovelhas que vão para o matadouro." Em todas essas situações temos a vitória completa por meio daquele que nos amou. Pois eu tenho a certeza de que nada pode nos separar do amor de Deus: nem a morte, nem a vida; nem os anjos, nem outras autoridades ou poderes celestiais; nem o presente, nem o futuro; nem o mundo lá de cima, nem o mundo lá de baixo. Em todo o Universo não há nada que possa nos separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus, o nosso Sen
hor.(Romanos 8:33-39)

Eleitos e eleitas de Deus, povo da fé, quem te acusa? Quem te condena? Ninguém! Estás sob a proteção do Altíssimo e o próprio Cristo pede ao Pai por nós. Ele ora por nós. Quer mais poder de oração do que esse? Ainda tem medo ou angústia de quê? "Ah mas eu ainda tenho meus pecados". Eu também, mas creio n'Ele, olho para Jesus Cristo, o autor da minha fé e caminho, peço que Ele cada dia mais vá me regenerando de acordo com Seus propósitos. Preste atenção, pois a Palavra é clara: nada pode nos separar do amor de Deus! Nada! Sabe o que é nada? É nada mesmo, coisa alguma, nem capeta, nem espírito ruim, encosto, nada. Estamos unidos no amor de Deus por nós, por meio de Cristo.

A Palavra nos ensina: "Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo" (Efésios 6:11).

Proteja-se com a fé que você tem, derramada por Deus em seu coração. A fé é "toda a armadura" de um cristão. Tens fé? Se tiver fé, não dará lugar a nenhum diabo (Efésios 4:27), será protegido e servido pelos anjos do Senhor (Mateus 4) e nenhuma seta maligna poderá atingir-te. Ficarás tranquilo, não por algum poder especial que você tenha, nem pelos seus méritos de "boa pessoa", mas porque o Senhor é contigo.

"Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós".(Tiago 4:7)

Sujeito-me a Deus quando eu o amo através do próximo, esse é o resumo de toda a Lei de Deus. O amor. Quando eu amo, estou resistindo ao diabo da fofoca, ao diabo da queixa, ao diabo do não-perdão, ao diabo do ódio aos meus adversários, o diabo da angústia, o diabo da culpa e muitos outros capetas que são pouco reconhecidos.

Quando eu resisto a esses "diabos" todos que atentam a minha alma, ele foge, sua influência se retira, posso inclusive usar a psicoterapia e a psiquiatria que, em alguns casos, pode ser um instrumento valioso nas mãos de Deus.

O cuidado que temos não pode ser paranoico, nem deve gerar pânico ou uma angustiante auto-vigília, mas deve ser um cuidado todo espiritual, como nos ensina a Palavra: "Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar" (1 Pedro 5:1)

Todos esses diabos: culpa, angústia, depressão, ódio, rancor, queixume, fofoca, etc. Procuram nos devorar a alma com deuses canibais, portanto, fiquemos atentos. Não existe melhor maneira de estarmos atentos do que nos agarrarmos em nossa fé em Cristo, orarmos (comunhão com Deus) e continuamente meditarmos nas sábias palavras que emanam das Escrituras.

Crer, orar e meditar na Bíblia - se preciso for, tomar um remédio e ter um analista não faz mal algum, podem ser instrumentos de Deus também. Assim estamos protegidos e não há brecha para nada de ruim, a não ser aquilo que o Senhor predestinou para que vivêssemos como provação mesmo, nossas tribulações diárias e comuns a qualquer ser vivente.

Tenha fé, abrace a vida, recoste-se em Jesus Cristo e debaixo da graça d'Ele diga "sai capeta"!.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

SOBRE A MÚSICA "GOSPEL" NAS IGREJAS: VIVA O EGO!

Excelente texto sobre as equivocadas músicas que muitas comunidades cristãs - e até nos bares e esquinas - andam cantando, enquanto isso, o tempo de pregação da Palavra vai ficando curtíssimo e o conteúdo das mesmas... Bem, é melhor o texto do pastor Renato Vargens logo abaixo.

Há pouco participei de um culto onde o momento de louvor com música foi uma pulação só.

Depois de mais de uma hora de muitos gritos, saltos e urros espirituais, o pastor embuido de uma espiritualidade opaca me avisou que o sermão não deveria passar de 30 minutos, isto porque, a hora havia passado e já estava tarde demais.

Pois é, ultimamente tenho pensado nas canções cantadas em nossas igrejas. Aliás, vale a pena ressaltar que a esmagadora maioria dos denominados cultos evangélicos dedicam muito mais tempo a música do que qualquer outra coisa.

Infelizmente os louvores cantados em nossas reuniões são extremamente antropocêntricos, o que nitidamente se percebe em nossos encontros congregacionais. Se fizermos uma análise de nossas liturgias chegaremos a conclusão que boa parte das canções que entoamos são feitas na primeira pessoa do singular, cujas letras prioritariamente reivindicam as bênçãos de Deus.

Para piorar a situação, as músicas cantadas pelos denominados artistas gospel, nem o nome de Cristo mencionam mais. Veja por exemplo a canção "Tire os pés do chão" do ministério "Toque no Altar" que incentiva o crente a festejar, dançar e tirar os pés do chão.



"Quem me viu dizia Não poderá alcançar 
Mas sou irresistível Não vou mais parar 
Este é um novo dia 
A nova casa é maior 
É tempo de alegria posso festejar 
Por tudo o que vi, 
E o que virá. Vou tirar os pés do chão, 
E festejar, festejar!!! 
 O impossível se rendeu. Eu posso dançar, dançar!!! 
 Diante das muralhas, Eu vou gritar. 
 Sobre os portões do inimigo, Vou saltar..." (???) 


Caro leitor, participar de alguns cultos é um verdadeiro desafio, isto porque as canções entoadas em nossos cultos são absolutamente desprovidas de graça. Infelizmente numa liturgia preponderantemente hedonista, este tipo de evangélico é extravagante, quer de volta o que é seu, necessita de restituição, determina a prosperidade, toca no altar, pede chuva, canta mantras repetitivos erotizando sua relação com Deus, desejando da parte do Criador, beijos, abraços e colo.

Prezado amigo, sem sombra de dúvidas vivemos dias complicadíssimos onde o Todo-poderoso foi transformado em gênio da lâmpada mágica, cuja missão prioritária é promover satisfação aos crentes. Diante disto, precisamos orar ao Senhor pedindo a Ele que nos livre definitivamente desse louvor, filho bastardo da indústria mercantilista gospel, o qual nos tem nos empurrado goela abaixo, conceitos e valores anticristãos cujo objetivo final não é a glória de Deus, mas satisfação dos homens.

Definitivamente a coisa está feia!

Minha oração é que o Senhor nosso Deus nos reconduza a uma adoração cristocêntrica extirpando das nossas liturgias essa pulação inconsequente que em nada contribui para o engrandecimento do nome do Senhor.

Soli Deo Gloria!

Pr. Renato Vargens em http://renatovargens.blogspot.com

"MINHA MÃE MORREU!?"


Era madrugada, como agora, e eu constatava, perplexo, que minha mãe havia partido enquanto a vizinha batia na minha janela, acordando-me e chamando-me ao telefone. Era a equipe de enfermagem. Dia 17 de outubro de 1997. Nunca esquecerei. Uma dor enorme partiu minha alma. Deus também devia sentir o pesar, pois Ele prometeu que no fim dos tempos a morte será esmagada completamente.

"O SENHOR Deus sente pesar quando vê morrerem os que são fiéis a ele".(Salmo 116:15)

Minha mãe morreu católica, acreditava firmemente em Jesus Cristo e era apaixonada pelos outros, pela sua família, em especial, os doentes e pobres, por isso mesmo, era uma profissional de enfermagem zelosa. Trabalhava também com os vicentinos na Paróquia de São José. A caridade movia seu coração, colocando-se na prática à serviço do Senhor que se expressava no rosto dos oprimidos. Trabalhou duro, descansou.

"Então ouvi uma voz do céu, que disse: - Escreva isto: felizes as pessoas que desde agora morrem no serviço do Senhor! - Sim, isso é verdade! - responde o Espírito de Deus. - Elas descansarão do seu duro trabalho porque levarão consigo o resultado dos seus serviços".(Apocalipse 14:13)

A morte é um fato biológico, mas é também para os que creem uma marca do pecado na raça humana. Ssomos corporalmente finitos. A Palavra diz que "o pecado entrou no mundo por meio de um só homem, e o seu pecado trouxe consigo a morte. Como resultado, a morte se espalhou por toda a raça humana porque todos pecaram".(Romanos 5:12)

Todos nós pecamos, todos nós morremos, mas poderemos sim estar nas moradas celestiais com nosso Senhor. O cristão não teme a morte - ou não teria motivos para temer. Crê em Jesus e saiba que Ele venceu a morte e provou que a vida continua através da ressurreição. Essa é a nossa fé.

Paulo, diante da possibilidade da morte, chegava mesmo a afirmar o que seria espantoso para muitos hoje:

"Estamos muito animados e gostaríamos de deixar de viver neste corpo para irmos viver com o Senhor".(2 Coríntios 5:8)

Vejam! Animados para morrer! Para deixar este corpo - que é pó e retornará ao pó - e ir viver com Cristo, Seu Senhor e Salvador. Hoje ainda pensamos assim ou tememos a morte? Somos verdadeiramente cristãos?

Bela e trabalhadora, mamãe foi triturada pelo câncer aos 47 anos de idade até chegar o momento que, como Estevão, clamava:

"- Senhor Jesus, recebe o meu espírito!"(Atos 7:59)

Minha mãe não morreu. Deixou este corpo para morar com Cristo. Espero reencontrá-la com toda a família de Deus. Amém e até breve.

Você Irá Sofrer | John Piper - legendado em português

PREGUE A PALAVRA!

"A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho". (Salmos 119:105)

Neste domingo eu fui visitar uma Igreja Batista com a minha namorada. O culto estava ótimo, tudo sendo feito para a honra e glória de Deus, mas, o "pregador" da noite seria um missionário da CBB. A comunidade de fé tem um ambiente muito agradável, o pastor responsável me parece homem muito sério e comprometido. As pessoas são mui amáveis. Sentimo-nos em casa.

Orei, louvei e aguardei com o coração cheio de desejo de ouvir o Evangelho do Senhor, mas o "pregador" tomou o lugar no púlpito, abriu a Bíblia, leu apenas três versos de João e... pode fechar!

Como assim?

Foram diversas histórias pessoais, coisas do "campo missionário". Algumas dramáticas e edificantes, mas em pleno domingo, o púlpito não deveria ser para simplesmente proclamar o Evangelho? Pregue a Palavra! Assim diziam os antigos.

Hoje em dia poucos levam a Bíblia para a igreja e por dois motivos básicos. As igrejas projetam no telão os textos bíblicos - boa parte dos crentes já nem sabem mesmo onde ficam os livros. Outro motivo é o fato de que aquele que irá trazer a Palavra (o "pregador") apenas faz uma leitura rapidinha de um trecho, no mais, é puro derramamento pessoal, reflexões, causos, algumas piadas, etc.

Pode parecer implicância, mas o missionário era arminiano, daqueles empolgados, dos que querem ganhar almas para Cristo de qualquer maneira (não é Cristo quem "ganha" as almas que Ele mesmo escolheu?) e adorava contar causos de conversões. Bem, não vou falar sobre as "técnicas" do evangelismo arminiano, esse é um outro assunto complicado demais.

Não defendo uma pregação carrancuda, longe de mim. Nem mesmo sou contrário ao uso de tecnologias nas igrejas, mas, onde está a boa e velha Bíblia, cheia de anotações, onde os expositores faziam questão de banhar o seu sermão em inúmeras passagens das Escrituras. Saíamos edificados do culto e compreendendo mais a Palavra de Deus e Sua vontade para nós hoje. Essa era a tradição reformada, a pregação protestante e até mesmo os arminianos (veja um John Wesley) pregavam assim.

Ainda bem que a minha namorada, assim como eu, focamos nas coisas boas, na presença de Cristo, em "reter o que foi bom" de todos os causos do missionário - que me pareceu homem santo, honrado e verdadeiramente apaixonado por Jesus - e, por tudo isso, saímos felizes dando glórias a Deus.

Sim, eu sei que os "evangélicos" cresceram no Brasil, mas o analfabetismo bíblico também. Não quero ser arrogante, é apenas uma constatação de muitos estudiosos. Falar de Lutero, Calvino e Karl Barth então... esquece! Escola Bíblica Dominical? Espere sentado e veja quantos aparecem.

"Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade". (João 17:17)

Que as igrejas possam oferecer mais da Palavra de Deus, para que o Espírito de Cristo possa soprar em nossos ouvidos e mentes, regenerando-nos e apontando os rumos existenciais que tanto buscamos nessa "vida louca vida".

A minha oração é: "Senhor, usa-me conforme os Seus propósitos e que eu não fique paralisado pela crítica e nem pelas dificuldades, mas que eu faça a diferença dentro do ambiente em que eu estiver inserido, em nome de Jesus. Amém!"

POBRE, MISERÁVEL, PECADOR E ALEGRE EM CRISTO JESUS

Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo (Romanos 5:1)

Eu tenho paz com Deus! Não pelos meus méritos pessoais, nem porque sou "santinho", nem mesmo porque deixei de pecar, mas porque na minha fé em Cristo sou declarado justo diante de Deus. É obra da graça e da misercórdia d'Ele por mim e por isso mesmo nada tenho que me orgulhar. Não posso me gabar de um presente, posso? Obrigado Senhor!

Esse foi o espírito da Reforma Protestante que iremos rememorar no dia 31 de outubro próximo, quando Martinho Lutero colocou suas 95 teses naquela igrejinha da Alemanha, o mundo começou uma revolução que nem mesmo ele imaginava. Não era contra a Igreja Católica Romana (ele lamentava as cisões dentro da cristandade), mas um movimento de retorno ao Evangelho de Jesus Cristo na sua simplicidade, graça, liberdade, fé e imensa alegria.

Lutero chamou os cristãos para seguirem não a ele mesmo, nem uma nova igreja, muito menos a algum novo "apóstolo", "missionário" ou milagreiro. Ele simplesmente disse o seguinte:

"94ª Tese - Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno.
95ª Tese - E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas".

Seguir Cristo! Só Cristo! Nem papas, nem "missionários", nem "apóstolos", nem "videntes", nem "profetas novos", mas somente o nosso cabeça, Jesus Cristo, através de muitas dores e tribulações (ele não era adepto das facilidades da diabólica teologia da prosperidade adotada por 85% das igrejolas no Brasil).

Para Lutero, o tesouro da Igreja não estava nos seus templos de luxo com potentíssimo ar-condicionado central. O tesouro da Igreja não era seu poder mundando que elege vários deputados e vereadores, capaz de comprar rádios e canais de TV. Dizia ele:

"62ª Tese - O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus".

Senhor Jesus! O tesouro da Igreja é o Santo Evangelho e isso já basta!

Quanta diferença entre a Reforma Protestante do século 16 e tudo que assitimos hoje como "evangélicos", com todas as suas bujingangas de tipo "gospel".

Como cristãos (católicos também, como fez José Comblin), precisamos retornar urgente aos textos de Lutero, Calvino e outros grandes reformadores (no século 20, Barth e Tillich são referências), não para criarmos uma nova idolatria fundamentalista, mas para compreendermos o Espírito de Cristo que invadiu aqueles corações no século 16-17 e soprou novos rumos para a Igreja que, nos tempos atuais, parece perdida no mundo e arrastando milhões de almas para o abismo do desespero, do medo do inferno, da rigidez farisaica, da busca de dinheiro e do poder.

O que vemos na TV não é o Evangelho de Jesus Cristo, nem o de Lutero, nem o de Calvino.

A minha oração hoje é a mesma oração de Lutero em seu "Catecismo Menor" (coisa que 98% dos "evangélicos" nem sabem o que é). Vamos orar juntos?

"Deus todo-poderoso, Pai misericordioso. Eu, pessoa pobre, miserável e pecadora, confesso-te todos os meus pecados e injustiças que cometi em pensamentos, palavras e ações. Com eles, em algum momento, causei a tua ira, merecendo o teu castigo nesta vida e na eternidade. Todos estes pecados pesam na minha consciência e me arrependo deles profundamente. Peço-te, por causa da tua misericórdia infinita e da inocente e amarga paixão e morte de teu Filho Jesus Cristo: tem misericórdia de mim, pobre pessoa pecadora. Perdoa-me todos os meus pecados. Concede-me a força do teu Espírito Santo para melhorar a minha vida. Amém!"

CRISTÃO BEBE, FUMA E FAZ SEXO?

"Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir.Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus".(Mateus 5:17-20)

Jesus veio cumprir a Lei de Deus de uma maneira perfeita - nós somos incapazes disso! - justamente para que nós pudéssemos viver (sermos salvos ou, em linguagem técnica, justificados) pela fé somente e produzíssemos frutos de justiça, amor e caridade que fossem superior ao externalismo legalista dos escribas e fariseus do seu tempo.

A maioria dos chamados "evangélicos" (esse termo anda tão "queimado" nesse país), imitando os fariseus e escribas da época de Jesus, estão preocupados demais com sexo (posições e orientações pessoais), cigarro, bebidas, roupas, adornos, tatuagens e todas as externalidades comportamentais, mas a mensagem da Boa Nova, o Evangelho do Cristo, dirige-se para libertar-nos de tudo isso, para vivemos em "novidade de vida", e isso é algo que vem de um coração modificado. Ali dentro do coração é que mora satanás e poucos se dão conta disso, querendo exorcizar o exterior, como "sepulcros caiados".

"E [Jesus], chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei: O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem. Então, acercando-se dele os seus discípulos, disseram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram?" (Mateus 15:10-12)

Sabe o que é triste? Os novos fariseus do século 21 continuam se escandalizando com isso! Ainda não compreendemos a mensagem libertadora do Evangelho de Jesus Cristo e por isso mesmo é enorme a legião de crentes (evangélicos e católicos) doentes, recalcados, neuróticos, tristes, medrosos, caluniadores, santarrões de pau oco, etc. O apóstolo Paulo compreendeu a radicalidade do Evangelho ao escrever:

"Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo". (Romanos 13:9)

Meu amado, minha amada, pare de julgar e se preocupar demasiadamente com o comportamento exterior dos outros, deixe essa mania de querer "ser puro", pois somente Cristo é imaculado. Caminhe na fé e na Graça. Volte-se para dentro, para o seu coração. Quem és tu? Amas o teu próximo? Amas a si mesmo? Amas a Deus?

"A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei". (Romanos 13:8)

"Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus". (1 João 4:7)

Nada devemos a ninguém, pois se verdadeiramente amamos e perdoamos, cumprimos a Lei de Deus, expressamos nossa fé salvadora, provamos que Deus está conosco - pois o amor vem d'Ele! - e O conhecemos verdadeiramente em Espírito, pois experimentamos Sua imanência em nossa alma.

Para fechar, meditemos:

"Se alguém afirmar: "Eu amo a Deus", mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê". (1 João 4:20)

A minha oração é: "Senhor, perdoe-me o farisaísmo que ainda existe em meu coração, lava-me com o Teu Santo Espírito para que eu viva em amor autêntico, amando-me e amando os meus irmãos e irmãs, sendo uma expressão viva de comunhão contigo. Amem."

Observação importante: Para quem sabe ler, não estou defendendo o alcoolismo - diabólico! - e nem o tabagismo que vem tirando milhões de vidas. Creio que o texto é claro quanto a minha posição teológica anti-puritana. Lembro-me do grande calvinista Karl Barth que era fumante e quem ousaria dizer que ele não era um homem de Deus?

NA ALEGRIA OU NA DOR, SÓ PROCURO DEUS!

A minha alma descansa somente em Deus; dele vem a minha salvação. (Salmos 62:1)

Especialmente quando estamos doentes ou carentes, há em nós uma busca incessante de cura, seja lá onde for. Eu quero Deus, quero benção, quero ser curado, livrado, lavado, consolado, aliviado, "descarregado". Eu já vivi esses momentos de desespero, sei como é isso e talvez você que está lendo já tenha vivido ou conhece alguém assim.

As Escrituras - fonte número 1 das nossas consultas espirituais - nos dizem algo tão simples, profundo e, para nós, seres ansiosos, complicado: descanse somente em Deus e ponto.

Como assim?

É isso mesmo! Pare de correr pra lá e pra cá. Descanse em Deus, tenha fé, estude as Escrituras, acalme-se e viva um dia de cada vez.

O salmista fez isso e deu o seu testemunho: "Busquei o Senhor, e ele me respondeu; livrou-me de todos os meus temores". (Salmos 34:4). Buscou o Senhor e tornou-se livre dos seus temores, do seus pânicos, das suas angústias.

Jesus ensina-nos: "Está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’". (Lucas 4:8) Isso porque "há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus" (1 Timóteo 2:5), então, sendo assim, por que caminharmos aflitos de um lado para o outro em busca de quê?

Firme-se em Deus somente! Saiba que "há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos". (1 Coríntios 8:6) Se você acredita nisso, pacifique seu coração e derrame-se n'Ele como seu Senhor e amigo para todos os momentos.

Deixe o amanhã nas mãos d'Ele, pois o futuro pertence ao Senhor. Viva hoje, a cada 24 horas.

"Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa?

Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?

Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?

"Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles.

Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?

Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer? ’ ou ‘que vamos beber? ’ ou ‘que vamos vestir? ’ Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas.

Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas. Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal". (Mateus 6:25-34)

A minha oração é: "Senhor, mesmo que eu me desespere, coloque no meu coração a Tua paz e a Tua direção, para que eu não fique tonto por esse mundo, mas que eu tenha a firme convicção que Tu estás comigo, em nome de Jesus, amem!".

GRUPO INTERFACE - "Busque a mim"
http://www.youtube.com/watch?v=2l8Wmttxma4

A IGREJA É PARA CANALHAS E DOENTES COMO EU

"Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo". (Romanos 7:19)

O apóstolo abençoado não tinha vergonha de assumir em sua carta aos Romanos o quanto existia de contradição interna nele, o que eu chamo de canalhice de querer e não fazer. Paulo era sim um cristão, amava a Deus, recohecia Jesus Cristo como Seu Senhor, mas ainda assim, por conta da sua NATUREZA HUMANA corrompida, nem sempre conseguia fazer o bem que desejava, nem sempre "andava na linha" do Evangelho que ele mesmo pregava com tanta paixão.

Todos nós somos assim, com excessão dos auto-iludidos - ou hipócritas mesmo! - que pensam já ser plenamente santificados, que já estão "puros" ou que raciocinam com "mentes celestes". Ora, Jesus sabia:

"... pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus" (Romanos 3:23).

Todos! Eu, você, aquele obreiro abençoado, o pastor, o bispo, aquele que você acha o maior santarrão da igreja, não importa. Para os olhos santos de Deus, todos, sem excessão, pecaram e estão sem a presença da Glória d'Ele. Esse é o nosso "marco zero", nosso estado natural. Nascemos assim mesmo, nú e pecadores. E diante desse quadro existencial, Jesus Cristo nos convida:

"Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso". (Mateus 11:28)

Preste atenção! "Venham a mim"! Ele não diz que você pode fazer o serviço sozinho de purificar-se e santificar-se. Não é você com suas obras, seus programas de auto-limpeza que irá chegar-se a Deus. Ele é explícito ao dizer:

"Largue todo esse seu orgulho besta, sua auto-suficiência e venha do jeito que você está, venha a mim, pois Eu Sou aquele que recebe todos os cansados e sobrecarregados de suas lutas e tentativas de ser bonzinhos por si mesmos, Eu Sou o seu descanso diante de todas as suas neuroses, tormentas, conflitos".

Deus assume para Si mesmo a tarefa que muitos acham que é sua. Alguns pensam: "Vou me tornar bom, depois puro, depois santo, aí sim vou ter coragem para entrar numa igreja e conversar com o Senhor Jesus". Acorde! Não é isso. Isso é farisaísmo, não cristianismo. Essa não é a BOA NOVA do Evangelho, nem é a mensagem da GRAÇA, pois se eu preciso "me purificar" para me achegar a Cristo, então, nem preciso mais d'Ele. Já me purifiquei, me justifiquei, me salvei, sozinho.

"Eu os purificarei de todo o pecado que cometeram contra mim e perdoarei todos os seus pecados de rebelião contra mim". (Jeremias 33:8)

Deus diz o contrário pelo profeta Jeremias: eu purifico (não é você!), eu perdoarei, eu irei curá-lo. As ações regenerativas partem do Altíssimo e não do próprio pecador (simbolicamente morto) que, depois, deverá colaborar, é claro. Mas a salvação, a iniciativa, é d'Ele, para que ninguém possa se gabar dos seus méritos pessoais, como afirmou Paulo.

A Igreja - não estou falando aqui de instituiçõs e denominações - não é uma reunião de pessoas perfeitas e angelicais, é um hospital das almas, uma comunhão de pecadores em processo de regeneração, uma assembléia de pessoas justificadas por Cristo e sem méritos pessoais, uma reunião de doentes como eu e você. A Igreja é assim um sinal da Graça de Deus no mundo e uma prova do que Jesus Cristo prometeu:

"Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores". (Marcos 2:17)

A minha oração é:

"Obrigado Senhor! Esse doente aqui está dentro do Teu chamado. Não me sinto excluído por Ti, ainda que alguns "representantes" teus não gostem de mim, me acham indigno de estar na Tua Casa, consideram-me confuso, vacilante, falso na fé.
Ajuda-me Senhor, purifica-me e endireita progressivamente os meus caminhos até que um dia eu possa refletir mais e melhor a Tua Luz em minha vida. Amem".

EU PRECISO SER CRIANÇA

Jesus Cristo disse: "Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo".(Mateus 18:5)

Já ouvi diversas pessoas dizerem - algumas com constrangimento, outras com uma cara de pau impressionante! - que detestam crianças. Não tem paciência para lidar com elas, não as amam de verdade, não respeitam sua inocência, abusam de sua fraqueza física, zombam de suas incoerências, despacham-nas como objetos que incomodam suas vidas pessoais ou relacionamentos amorosos. "Crianças atrapalham a vida", dirá muitos.

Há pessoas que sofrem transtornos psíquicos sérios e descontam nas crianças seus traumas internos. Possivelmente sofreram na sua fase infantil, nunca foram felizes ou receberam amor de seus pais (se é que os tiveram), portanto, não sabem dar as crianças de hoje aquilo que nunca receberam quando elas mesmas eram crianças.

"Tu, Senhor, manténs acesa a minha lâmpada; o meu Deus transforma em luz as minhas trevas".(Salmos 18:28)

Eu creio que Deus está vivo e hoje pode curar nossas feridas interiores e libertar a criança que existe em nós, aquele menino ou aquela menina que ainda vive dentro de nós, por vezes, amedrontado(a).

Acolher as crianças é acolher o próprio Jesus Cristo. Precisamos compreender a profundidade disso! E ainda existem pessoas que acham que as crianças "perturbam" o culto ou a missa, pois não recebem as coisas de Deus como presentes fantásticos. Sabe o que Jesus diria?

"Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele".(Marcos 10:15)

Quer começar aqui-agora a saborear a alegria e a paz do Reino de Deus em seu coração? Imite as crianças, seja simples, brinque mais, sorria mais, corra mais, diga a verdade e veja tudo como um grande presente.

A minha oração é: "Senhor, ajuda-me a ser e viver como criança, para que teu Reino brilhe cada dia mais em mim. Em nome de Jesus Cristo, amém".

DEUS SABE O DIA DA MINHA MORTE

Os dias do homem estão determinados; tu decretaste o número de seus meses e estabeleceste limites que ele não pode ultrapassar. (Jó 14:5)

Uma das coisas mais irritantes para a maioria das pessoas - mesmo os que se dizem evangélicos ou católicos - é dizer para elas que não são tão livres quanto imaginam, que existe um planejamento divino, que temos limites colocados por Deus, que não podemos ultrapassar certas limitações que o Senhor colocou, individual e coletivamente.

Afirmar a soberania de Deus é algo contrario a tendência egocêntrica e auto-suficiente da maioria dos indivíduos. É "virar as coisas de cabeça para baixo e o ódio é certo. Muitos espumam de raiva e se sentem agredidos em sua "dignidade humana". Prefiro ficar com os argumentos bíblicos e com a dignidade soberana de Deus, mesmo "apanhando".

"Vocês viram as coisas de cabeça para baixo! Como se fosse possível imaginar que o oleiro é igual ao barro! Acaso o objeto formado Pode dizer àquele que o formou: "Ele não me fez"? E o vaso poderá dizer do oleiro: "Ele nada sabe"?" (Isaías 29:16)

Só Deus tem realmente livre-arbítrio, mas os seres humanos tem uma liberdade sitiada pelo contexto e por Deus. Não fazemos exatamente o que bem queremos, mas o que é possível, dentro de um conjunto pré-ordenado de possibilidades. No mais, sempre pedimos a ajuda do Alto para ultrapassarmos fronteiras, coisa que Ele poderá ou não permitir.

O que as escrituras nos tranquilizam é que, mesmo quando achamos a "barra pesada", "Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito".(Romanos 8:28), isto é, o propósito final de Jesus Cristo será sempre bom para aqueles que o amam. Com isso, evito pânico, ansiedade e estresse que poderia corroer meu coração e meu equilíbrio mental.

Sei que Ele sabe se vou morrer hoje ou amanhã, sei que Ele sabe o que é melhor para mim, sei que Ele é bom e coloca limites que não ultrapasso e também sei que Ele sabe de todas as coisas e eu não. A minha posição diante da soberania de Deus é fé, entrega e gratidão, mesmo quando não compreendo hoje o propósito final d'Ele.

Se "os meus dias estão determinados", devo viver com mais fé e tranquilidade, sem relaxar, mas sem me perturbar em preocupações excessivas e neuróticas. O discípulo amado nos instruía:

"Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo". (1 João 2:1)

Vou viver então na confiança em meu intercessor Jesus Cristo e na soberania de Deus que tudo sabe, tudo vê, tudo ouve e que tem os "mapas" da minha vida em suas mãos, bem como o futuro da humanidade. Eu não me desespero.